terça-feira, 5 de outubro de 2010

Meus Poemas 19 - Meus Desenhos 19

Rio
Kleves Gomes
Roubastes de mim o que de mais doce tive.
Tomastes em tuas águas a inocência de outrora.
Levastes consigo minhas "confianças" "diamantadas"
E a esperança, em balsa, fizestes flutuar em teu leito.

Em meu seio deixastes a falta, a ausência,
Em meu peito enfiastes a faca, o punhal a bala atirada.
Destes a mim a dor como troféu após a luta,
Destes a mim amargor, depois de teres dado a mim o mel.

Porém, as tuas águas passadas movem moinhos sim!
Não os de agora, mas sim os de amanhã,
Novas pás e novos trigos, novos novos, sempre antigos,
Não importa! Tuas águas nem sempre se perdem!

O que roubastes, deixastes escapar e de novo eu tenho.
Tuas águas e correnteza foram e são fortes,
Contudo foram e serão vencidas pelos braços que querem,
Saciar a fome, a sede, o desejo, a saudade e a esperança.

A ausência de outrora é presença que em momento alivia o meu ser.
O peito que incidistes guarda agora a capacidade de amar a si.
Da dor premiada sobrou muita dor que vai-se ao vento!
Ao amargo acrescenta-se o açúcar e tem-se o amabilíssimo prazer do doce.

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